Sexo é a versão teatral da Cia Pierrot Lunar para o romance de André Sant’Anna, que acompanha o cotidiano de variados personagens que se cruzam ocasionalmente numa metrópole, sob a perspectiva do sexo: jovens executivos carreiristas, um faxineiro negro e desdentado, uma vendedora e uma secretária alpinistas sociais, uma trocadora de ônibus evangélica, um astro jamaicano do reggae, um casal de adolescentes virgens etc. A peça descreve e critica com ironia e humor o preconceito e a estereotipificação social contemporânea e a obsessão pelo sexo. Os personagens constituem assumidamente estereótipos, que recebem como nome próprio os rótulos atribuídos a eles pela sociedade. A redução imposta pelos clichês revela tanto uma necessidade de organização da vida em coletivo, quanto seu uso para a disseminação do preconceito e a discriminação dos tipos aos quais se refere.
