quarta-feira, 17 de março de 2010

POLITICAMENTE INCORRETO

Em "Sexo", a Cia. Pierrot Lunar encontra o romance hiper-realista de André Sant'Anna, em que a sociedade metropolitana de massa é vista sob suas terminologias mais comuns, numa visão atualmente considerada politicamente incorreta, porém menos hipócrita que a hipótese de que mudar a terminologia (e não os seus usos e intenções) pode alterar os preconceitos vigentes. Nós, que tentamos discutir e refletir sobre préconceituações, propomos colocar novamente as cartas na mesa e rediscutir o papel da linguagem nessa construção.

Falando nisso, seguem abaixo dois textos sobre o assunto. Transcrevemos um trecho de cada e deixamos os links para a leitura completa. Deixe comentários para ampliar nosso espaço de debate e reflexão.

JUAREZ GUIMARÃES DIAS


Para enxergar além dos fatos


Martha Mendonça


E agora querem transformar “gordo” em palavrão...

Gordo. A palavra soa mal? Para alguns, sim. Da mesma forma que negro, cego ou pobre – ou melhor, afrodescendente, deficiente visual ou menos favorecido –, falar “gordo” está se tornando ofensa. E a mídia americana já começa a adotar a nova tendência politicamente correta. Na semana passada, uma articulista do site Huffington Post, Vicki Iovine, escreveu que “as pessoas costumavam ter medo de ficar gordas; agora têm medo de dizer... gordo”. O que substitui a palavra proibida? “Pessoa sedentária superprocessadora de alimentos”, diz o ator e diretor de comédias americano Kevin Smith. No mês passado, Smith foi expulso de um voo por não caber numa única poltrona e começou a fazer graça com o assunto. Outra sugestão, mais sisuda, é que se diga: “A palavra que começa com f” (em inglês, gordo é “fat”).


Leia mais: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI125475-15215,00-EM+CONTEXTO.html


Risadaria: o politicamente incorreto nem sempre é preconceituoso

Maíra Kubík Mano


No próximo final de semana acontece, em São Paulo, o Risadaria, festival que reunirá dezenas de humoristas e comediantes brasileiros tais como Rafinha Bastos, Marcelo Tas, Diogo Portugal, Danilo Gentili, Marcela Leal e Marcelo Madureira. Além das apresentações, o evento terá uma exposição, debates, exibições de filmes e um concurso das melhores piadas no rádio, TV e impresso.


O festival está sendo divulgado sob a bandeira de resgatar o politicamente incorreto. Um dos mais fervorosos defensores disso é o apresentador Fausto Silva, da Rede Globo, que em seu programa dominical mencionou o assunto com voz embargada e jeito magoado. "O politicamente correto é a maior ameaça ao humor no Brasil hoje", declarou Diogo Portugal em entrevista à coluna da Monica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo.


Leia mais: http://viva.mulher.blog.uol.com.br/arch2010-03-16_2010-03-31.html

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